sábado, 6 de outubro de 2018

Aspirina-pode-te-envenenar-e-te-matar

Intoxicação por aspirina


Por Gerald F. O’Malley, DO, Professor of Emergency Medicine, Sidney Kimmel School of Medicine, Thomas Jefferson University and Hospital
Rika O’Malley, MD, Attending Physician, Department of Emergency Medicine, Einstein Medical Center

  • A intoxicação por aspirina pode ocorrer rapidamente após tomar uma dose elevada ou pode surgir aos poucos após tomar doses baixas repetidamente.
  • Os sintomas podem incluir zumbido nos ouvidos, enjoos, vômitos, sonolência, confusão e respiração rápida.
  • O diagnóstico é baseado em análises de sangue e nos sintomas da pessoa.
  • O tratamento envolve a administração de carvão ativado por via oral ou por um tubo que chega ao estômago, administração de líquidos e bicarbonato por via intravenosa e, para casos graves de envenenamento, hemodiálise.

Intoxicação aguda por aspirina

A ingestão de aspirina e medicamentos semelhantes (salicilatos) pode levar a uma intoxicação rápida (aguda) devido a uma superdosagem. No entanto, a dose necessária para causar uma intoxicação aguda é bastante elevada. Uma pessoa com cerca de 68 kg teria que ingerir mais de trinta comprimidos de 325 mg para apresentar uma intoxicação leve. Portanto, raramente uma superdosagem aguda por aspirina é acidental, mas produtos concentrados de salicilato destinados à aplicação na pele, como óleo de wintergreen, de fato causam intoxicações acidentais.

Intoxicação gradual por aspirina

A intoxicação gradual por aspirina pode ocorrer de forma não intencionada ao ser tomada repetidamente, em doses muito mais baixas. Crianças com febre que tomarem uma dose de aspirina apenas ligeiramente mais elevada que a dose receitada durante vários dias podem sofrer de intoxicação, embora raramente se administre às crianças aspirina para tratar uma febre porque elas podem desenvolver síndrome de Reye. Nenhum dos preparados para crianças vendidos nos Estados Unidos sem prescrição médica para tratar tosse e resfriados contém aspirina; a maioria contém paracetamol ou ibuprofeno.
Os adultos, principalmente os idosos, podem apresentar uma intoxicação que se desenvolve aos poucos ao fim de várias semanas de consumo. A dosagem de aspirina recomendada para pessoas com doença das artérias coronárias para reduzir o risco de infarto (um comprimido de aspirina infantil, meio comprimido de aspirina para adultos ou um comprimido inteiro de aspirina para adultos diariamente) é muito pequena para causar uma intoxicação gradual.

Intoxicação com outros salicilatos além de aspirina

A forma mais tóxica de salicilato é óleo de wintergreen (metilsalicilato). Metilsalicilato é um composto de produtos como loções e soluções usadas em aerossóis quentes. Uma criança pequena pode morrer por ingerir menos de 1 colher de chá de metilsalicilato puro. Muito menos tóxicos são os produtos sem prescrição médica que contêm subsalicilato de bismuto (utilizado para tratar as infecções do aparelho digestivo), os quais podem causar intoxicação ao fim de várias doses.

Sintomas

Na intoxicação aguda por aspirina, os primeiros sintomas são geralmente
  • Náusea e vômito
  • Respiração rápida ou profunda
  • Zumbido nos ouvidos
  • Sudorese
Posteriormente, se o envenenamento for grave, a pessoa pode sofrer sensação de desmaio iminente, febre, sonolência, hiperatividade, confusão, convulsões, destruição do tecido muscular (rabdomiólise), insuficiência renal e dificuldade em respirar.
Os sintomas de uma intoxicação gradual por aspirina surgem no decorrer de dias ou semanas. Os sintomas mais comuns são
  • Sonolência
  • Confusão sutil
  • Alucinações
Podem surgir os seguintes sintomas: sensação de desmaio iminente, respiração rápida, falta de ar, febre, desidratação, pressão arterial baixa, um nível baixo de oxigênio no sangue (hipoxia), acúmulo de ácido lático no sangue (acidose lática), líquido nos pulmões (edema pulmonar), convulsões e inchaço cerebral.

Diagnóstico

  • Exames de sangue
Recolhe-se uma amostra de sangue para medir o valor exato de ácido acetilsalicílico no sangue. A medição do pH do sangue (quantidade de ácido no sangue) e dos valores de dióxido de carbono ou bicarbonato no sangue também pode ajudar a determinar a gravidade da intoxicação. As análises devem ser repetidas várias vezes ao longo do tratamento, para verificar se a pessoa está se recuperando.

Tratamento

  • Carvão ativado
  • Bicarbonato de sódio com potássio, aplicados por veia
  • Às vezes, hemodiálise
É administrado carvão ativado o mais rápido possível, visto que reduz a absorção de aspirina. Em caso de intoxicação moderada ou grave, são administrados líquidos contendo bicarbonato de sódio por via intravenosa. É adicionado potássio ao líquido, a menos que exista dano renal. Essa mistura desloca o ácido acetilsalicílico da circulação sanguínea para a urina. Se o estado de saúde da pessoa piorar apesar de outros tratamentos, a hemodiálise (que coloca um rim artificial [dialisador] para filtrar os venenos) pode remover a aspirina, outros salicilatos e ácidos do sangue. Os outros sintomas, tais como febre ou convulsões, são tratados conforme necessário.

Mais informações

Atigo : Junior Hallak - Medicina e Saúde
Publicado em: American Association of Poison Control Centers
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